quarta-feira, 12 de setembro de 2012

tambores no teto

Se nascemos uma folha em branco
e a cada dia da nossa morte
escrevemos nosso destino,

ai de mim
que sempre tive
as mãos trêmulas.

Mas se a ferro e a plumas
já acordamos no caminho

sem que treva alguma
possa escurecer
a viagem

e nenhum céu azul
possa fazê-la mais bela,

ai de mim
que ando trôpego
e quase cego.

Ainda hoje deixo parte da minha loucura
na porta de estranhos e de longe
tenho a impressão

que sou eu quem abre a porta
pega os pães, o leite, o jornal

e olha triste
o fim da rua.

2 comentários:

  1. Domingos, eu gosto tanto da tua escrita, sabia? É tão tua, a reconheceria de longe e leria e leria e leria...:-)

    Beijos,

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